A partir de recolha de amostras foram feitos alguns testes para caracterização dos materiais e técnicas de produção das pinturas.
A análise estratigráfica, efectuada a partir de cortes transversais da pintura, pretende, antes de mais, observar a sucessão de camadas, bem como as características morfológicas de cada uma (espessura, granulometria, componentes microscópicos…).
As amostras, de dimensões muito reduzidas, foram observadas ao microscópio óptico para uma primeira análise, a partir da qual se confirmou que a camada pictórica é antecedida por uma camada preparatória em toda a extensão dos três tramos.
As sombras poderão ter sido executadas mediante a mistura de castanho, negro ou tom mais escuro (azuis, castanhos, cinzentos…), enquanto que nas zonas de luz parecem ter sido aplicadas quer por sobreposição da camada pictórica com estrato de tom mais claro ou branco, quer por mistura da cor com pigmento branco.
Exame macroscópico – luz rasante
Até à data, não foram identificados os pigmentos e camada de preparação. No entanto, vários factos apontam para a utilização de folha de ouro na execução dos elementos dourados.
Aparentemente, estamos perante uma pintura com técnica mista, sendo que a textura da camada pictórica varia de acordo com as áreas: nas zonas de fundo, a pintura apresenta-se lisa e regular, enquanto que os elementos decorativos (cartelas, volutas e arabescos) apresentam uma textura irregular e empastada, típica da pintura a óleo.
O despiste de aglutinantes corroborou a hipótese anterior: testes micro-químicos revelaram a presença de aminoácidos e ácidos gordos, indiciando a presença de uma têmpera gorda (mistura de cola animal com óleo vegetal, provavelmente). Apesar deste método não ser quantitativo, observou-se uma variação significativa na proporção cola animal-óleo, podendo isto explicar as diferentes texturas.
O teste micro-químico de despiste de gesso, revelou que o intónaco é composto por uma mistura de cal e gesso –estuque.
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