terça-feira, 20 de maio de 2008

Reconstituições Volumétricas e Micro-Estucagem

A reconstituição volumétrica das lacunas e a micro-estucagem, não só vi­sam restabelecer a continuidade estética da obra, como também, proteger o material pétreo das in­tempéries impedindo a penetração directa da água nas zonas de lacuna, escamação ou colagem.

Os materiais usados nas reconstituições variaram consoante a especificidade dos casos. Em alguns casos foram necessários preenchimentos com fragmentos de pedra e noutros, pela sua extensão, foi necessária a utilização de espigões (de fibra-de-vidro) juntamente com os fragmentos de pedra, para maior sustentabilidade da argamassa. A argamassa utilizada é a mes­ma argamassa utilizada nas juntas, de acabamento, aplicada em sucessivas camadas.

Reconstituições Volumétricas










Micro-Estucagem






Colagens

Foram efectuadas algumas colagens de fragmentos destacados. Na recolocação dos pináculos e do topo do frontão, tivemos que recorrer á utilização de espigões de fibra-de-vidro, que juntamente com a resina conferem maior firmeza e estabilidade.


segunda-feira, 19 de maio de 2008

Refechamento de Juntas

Tal como o reboco exterior, o refechamento de juntas é uma componente de sacrifício, isto é, destina-se a proteger a integridade da alvenaria.

Esta operação foi precedida por:

- Remoção de argamassas incompatíveis – como cimento. Sendo este de elevada resistência, verifica-se o esforço a que a pedra foi sujeita, pelas tensões que este exerceu.
























- Saneamento de Juntas – remoção de argamassas degradadas, que já não cumprem a sua função.













Refechamento de Juntas
O refechamento de juntas foi efectuado com uma argamassa de cal e areia, previamente estudada e testada, quer o seu traço, a sua granulometria, a sua coloração, a sua resistência mecânica, enfim, todas as suas caracteristicas fisicas, respeitando assim todos os requisitos de compatibilidade com a argamassa original.
Inicialmente foi aplicada uma argamassa mais grosseira para o preenchimento de juntas mais profundas, sendo posteriormente aplicada uma argamassa de acabamento com uma granulometria mais fina.





Remoção de Manchas

Foi necessário fazer uma limpeza química pontual, para remoção de óxidos de ferro da pedra. Esta limpeza foi efectuada, com a aplicação de pachos em EDTA (Etilenodiaminotetracético), diluído em água destilada a 15%. Este composto funciona como sequestrador em relação aos átomos metálicos, nomeadamente o ferro e cobre. Algumas horas depois da sua aplicação, foram removidos os pachos e a pedra foi bem lavada e esfregada com água.
É bem visível o sucesso da limpeza!




quarta-feira, 14 de maio de 2008

Limpeza das pinturas e remoção de eflorescências

Limpeza

Foi efectuada uma limpeza inicial das pinturas com trincha em toda a superfície das pinturas. Após diversas experiências, constatou-se que a aplicação prévia de white spirit aumentava a eficácia da saliva artificial, pelo que a limpeza mecânica foi seguida de limpeza com white spirit e, posteriormente, saliva artificial. Nas áreas sensíveis à saliva artificial (rosa claro de fundo e algumas zonas da moldura amarela) apenas foi efectuada limpeza com white spirit.
Este procedimento foi sempre acompanhado de fixações pontuais nas zonas fragilizadas.






Remoção de eflorescências

Foram testados pachos de pasta de papel embebidos em água destilada para determinar o tempo de actuação/dissolução dos sais presentes na superfície das pinturas. Constatou-se a eficácia dos pachos após 6 horas de actuação, sem que se observassem danos causados pela presença de água pelo que se procedeu à aplicação de pachos em toda a área afectada pela cristalização superficial de sais. Não obstante, foi necessário recorrer, posteriormente e de forma pontual, à fixação de zonas fragilizadas.
Após a remoção dos pachos e secagem da superfície, pôde-se verificar a eficácia do método, embora tenham permanecido algumas manchas, possivelmente correspondentes aos sais insolúveis (sulfatos) ou a sais solúveis mais persistentes. Optou-se por não repetir o processo, dada a sensibilidade das pinturas à água.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Teste de resistência dos pigmentos e fixação

A intervenção foi precedida de testes de resistência dos pigmentos à acção de solventes inorgânicos e orgânicos, observando-se, de um modo geral, uma maior resistência dos pigmentos aos solventes orgânicos voláteis e uma maior susceptibilidade à acção da água.


Fixação

Foram testados um álcool polivinílico e uma resina acrílica. Ambas são resinas termoplásticas de cadeias monolineares e são resistentes à acção da luz e do calor e são permeáveis à humidade. Uma vez que são aplicadas em emulsão aquosa, e dada a susceptibilidade dos pigmentos à acção da água, as resinas testadas foram diluídas em álcool etílico para diminuir o poder de penetração e tempo de retenção, aumentando a sua volatilidade.





Observou-se uma maior eficácia da primeira resina, procedeu-se à fixação da pintura, aplicando a resina com pincel e pressionando com papel melinex e espátula a frio.
Nas áreas onde se observava pulverulência da camada pictórica foi feita a consolidação com a mesma resina, também com pincel, até obter a coesão das partículas de pigmento.