domingo, 20 de abril de 2008

Diagnóstico de patologias e proposta de tratamento

Estado de conservação e diagnóstico de patologias

Durante o levantamento do estado de conservação das pinturas foram registadas as seguintes patologias:

- Micro-fissuras originadas pela retracção dos materiais do intonaco aquando do processo de presa


- Craquelé generalizado da camada pictórica



- Lacunas ao nível do reboco, causadas pela aplicação de elementos metálicos.

- Eflorescências, tendo sido identificados sulfatos e cloretos como iões principais. Decorrentes da presença de água no suporte (humidade por infiltração, sobretudo) e de ciclo de secagem, as eflorescências resultam da dissolução dos materiais constituintes do reboco e intónaco (cloretos presentes nas areias e sulfatos presentes no gesso do estuque, possivelmente), assim como da poluição atmosférica (sulfatos) e sua migração e cristalização à superfície das pinturas.


- Manchas de humidade e eflorescências localizadas, decorrentes de uma maior condensação/evaporação da humidade nas zonas de micro-fissuras.

















- Destacamento, pulverulência e lacunas dos estratos superficiais, decorrente da acção mecânica dos sais e dissolução química do aglutinante na presença de humidade.

- Alteração cromática e perda localizadas, possivelmente decorrentes de uma maior sensibilidade dos materiais da pintura à humidade e sais presentes.

- Depósito superficial de poeiras




P
roposta de tratamento

• Fixação e consolidação da camada pictórica
• Limpeza
• Remoção de sais
• Preenchimento de lacunas e fissuras
• Reintegração cromática

sexta-feira, 18 de abril de 2008

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Limpeza da Fachada - Torre Sineira

Sabendo que a limpeza é seguramente uma das tarefas mais delicadas e complexas de um processo de conservação e restauro, pois pode considerar-se um processo irreversível, podendo danificar irreparavelmente as superfícies. Tornou-se então necessário definir alguns critérios de limpeza.
Optámos por uma limpeza mecânica com simples recurso a pequenos instrumentos (escovas, bisturis e esponjas), por via húmida, (pulverização) controlando a água utilizada na mesma.
A limpeza mecânica deve ser um processo controlado, de forma a evitar a abrasão das superfícies, o que poderá acelerar a deterioração das pedras por aumento da porosidade superficial.
A limpeza é um processo lento, controlado e gradativo, respeitando a patine natural. Esta poderá funcionar como indicador de limpeza, não devendo limpar para além desta.









































Exames e Análises I

Antes de uma qualquer intervenção de conservação e restauro, deve-se executar alguns exames e análises para se poder agir correctamente durante a intervenção, por isso, ao longo dos trabalhos de conservação e restauro na fachada realizámos e iremos realizar uma série de exames e análises, as que tivermos à nossa disposição e alcance de realizar, para nos apoiar nas decisões.

Identificação das espécies infestantes presentes na fachada

No início da intervenção deparamos com vários seres infestantes um pouco por toda a fachada. Notou-se a presença de plantas vasculares, líquenes e musgos. Com a ajuda do professor Carlos Craveiro (com formação em biologia) procedeu-se à identificação as espécies infestantes.

Plantas vasculares:

Arroz dos telhados, Sedum album

Silvas, Rubus sp.

Líquenes:

Caloplaca

Lecanora

Verrucaria sp

Xanthoria

Musgo, Bryophyta sensu stricto


Testes de biocida

Para a eliminação dos líquenes e dos musgos escolheu-se um biocida que possuísse amónia quartenária como princípio activo na sua constituição, já que esta permite abranger um largo número de espécies de líquenes e de musgos.

Realizou-se testes para definir o melhor modo de aplicação e qual o tempo de cura mais adequado.

Como modo de aplicação do biocida contrapôs-se a aplicação por pulverização com a aplicação por pachos de papel.











Para os tempos de cura, optou-se por testar pelos espaços de tempo de uma semana, duas semanas e três semanas.

O critério adoptado para escolher o tempo de cura mais adequado foi o resultado final, após a escovagem por via húmida, tomando em atenção a maior ou menor dificuldade para remover os líquenes, usando uma escova igual para todos os testes.

No final dos testes chegou-se à conclusão que, apesar da aplicação por pachos de papel ser um pouco mais eficaz, é muito mais prático a aplicação por pulverização, não sendo a diferença final significativa que justificasse a aplicação por pachos.

Quanto ao tempo de cura concluiu-se que o melhor compromisso, resultado final versus tempo de cura seria as duas semanas.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Proposta de Intervenção

Depois de levantadas todas as patologias presentes na fachada, identificadas, e localizadas, estamos agora em condições, apoiados nos exames e análises efectuados, de apresentar uma proposta de intervenção, que satisfaça os critérios exigidos em qualquer trabalho de conservação e restauro, entre os quais se destacam a compatibilidade de materiais, o principio da intervenção mínima, ou a não criação de falsos históricos.

Esta Proposta de intervenção è apresentada aqui de forma sintética afim de facilitar a compreensão por parte de todas as pessoas que visitem este blog.

  • Fixação.
  • Aplicação de Biocida.
  • Limpeza e remoção de líquenes.
  • Abertura de juntas.
  • Colagens de elementos destacados da fachada.
  • Refechamento de juntas.
  • Preenchimentos e reconstituições volumétricas.
  • Desoxidação de elementos metálicos.
  • Hidrofugação parcial da fachada.


    Proposta de conservação dos três sinos do Campanário.

    Esta parte da proposta de conservação contempla apenas processos de limpeza e estabilização dos materiais.

  • Limpeza dos cabeçalhos em madeira.
  • Limpeza e desoxidação das alças e dos badalos.
  • Limpeza superficial dos sinos.