A fachada é construída em Calcário, bastante poroso, o que vem contribuir para uma maior movimentação de água na pedra, o que leva a ser uma característica prejudicial, pela acumulação de humidade que vai desencadear condições propícias ao ataque biológico e acumulação de sais, tornando-o mais susceptível a degradações físicas e químicas.
As pedras ornamentais, pelo facto de serem aplicadas em locais com características diferentes de onde foram formadas, ficam sujeitas a solicitações “agressivas” quer antrópicas (atrito ou desgaste, choques, contacto com produtos de limpeza domésticos e industriais) quer naturais (variações de temperatura, exposição solar, água e gelo).
ALTERAÇÕES SUPERFICIAIS
Toda a fachada apresenta depósitos de sujidades superficiais, acumulação de matérias mortas de origem vegetal, animal e mineral como restos orgânicos de insectos, bactérias e poeiras.
São também visíveis escorrências de águas pluviais, que vêm provocar manchas cromáticas nas cantarias.
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS
Estas diferenças térmicas poderão ser a maior causa de “doenças” da pedra. Levam ao fissuramento da mesma e quando muito acentuado poderá levar à fractura, devido ao coeficiente de dilatação, como se pode constar na fachada.
Esta apresenta também escamação no campanário e no friso decorativo do portal, possivelmente provocada não só pelos factores extrínsecos (biológicos, climatéricos e absorção sonora dos sinos), mas também intrínsecos (composição mineralógica).
Por estes mesmos factores, extrínsecos e intrínsecos, é que se justifica a erosão que se verifica por toda a cantaria especialmente no campanário, zona que está mais exposta.
ALTERAÇÕES BIOLÓGICAS
Toda a fachada está atacada por colonização biológica, sendo o ataque dos líquenes o mais intenso. Exercem um ataque químico sobre a pedra, consequente das suas secreções e provocam uma degradação mecânica, consequente da penetração das suas raízes e da variação de volumes destas conforme o seu teor de humidade.
Surgem com bastante frequência, briófitas, os conhecidos musgos, que se fixam nas argamassas das juntas através de um filamento de fixação chamado radícula, que não tem qualquer importância quanto às pressões na pedra, mas remove a argamassa, ficando assim a pedra mais exposta a elementos poluidores.
As raízes das plantas superiores são prejudiciais para a pedra porque, quando crescem e engrossam, provocam pressões na pedra e nas juntas, a ponto de provocar desconjunções e por vezes derrocadas.
OUTRAS ALTERAÇÕES
Os sinos apesar de apresentarem oxidação do bronze, não interferem directamente com a pedra como acontece com o ferro das grades e dos badalos, que se encontram bastante oxidados.
Argamassas e juntas: a maioria das juntas, são não-funcionais, isto é, já não cumprem a sua função principal que é: garantir a protecção da alvenaria. A argamassa de preenchimento está degradada, o que será necessário, a sua remoção.
A argamassa do reboco apresenta sujidades superficiais, provenientes de escorrências de águas pluviais. Verifica-se uma lacuna junto à janela inferior da torre sineira e vestígios de cimento, o que nos confirma que a capela já sofreu intervenções anteriores.
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